"Profissionalmente precisava fazer um reset. Precisava voltar a passar a noites sem dormir, e chegar aqui tipo zombie de manhã, todo queimado e cortado. Já tinha idade para ter juízo, mas gosto de desafios. A minha carreira sempre foi assim e não me vejo a fazer as coisas de outra forma. Gosto de ter borboletas no estômago, de sair da zona de conforto. Não sei se daqui a dez anos vou dizer o mesmo, mas por enquanto sou feliz assim. Arrisco-me a dizer que é um projeto de vida”, começou por explicar à NiT Miguel Rocha Vieira sobre o seu novo projeto na Doca da Marinha, em Lisboa.
O relógio marca 10h30 no início da nossa conversa com o chef e a música de fundo não deixa margem para dúvidas: na cozinha já se trabalha. Na verdade, os tachos e panelas começaram a ser usados horas antes. “Tenho de viver aqui. Há dias em que chegamos a trabalhar 18 horas, mas faz parte. Quem está nesta área sabe disso”, admite a rir.
O Anfíbio marca o regresso de Miguel Rocha Vieira a Portugal, após vários anos a viver na Hungria, onde conquistou duas estrelas Michelin. Esta não é, claro, a primeira abertura do cozinheiro, mas confessa-nos que, com 44 anos, o desafio tem outro peso. “Já não estou fisicamente preparado. Está a custar um bocado, algo que já esperava. O mais gratificante é poder voltar a cozinhar em equipa e ter tido oportunidade de voltar para casa, em Lisboa.”
Leio o artigo completo.
23/05/2023 às 13:54