Desde as nove da manhã que Filomena, ou Mimi, como gosta de ser tratada, está na cozinha do Mão-Cheia, o novo restaurante de Lisboa. Tem 77 anos e é única cozinheira deste projeto com direito a um dia fixo. É sempre às quartas-feiras que toma conta dos tachos e panelas, tudo para preparar o famoso cozido à portuguesa que aos domingos faz para toda a família em casa.
O Mão-Cheia é o novo restaurante da Associação Pão a Pão em Lisboa. Depois do Mezze, em Arroios, que integra refugiados sírios e do Médio Oriente, neste projeto, que fica no interior do Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, nas Amoreiras, só trabalham cozinheiros e cozinheiras com mais de 65 anos.
“Quisemos desenvolver um projeto que ajudasse a tirar as pessoas de casa, que lhes desse uma razão para sair à rua e que as valorizasse. Tendemos a não olhar muito para as pessoas que já têm certa uma idade quando, na verdade, têm um conhecimento enorme que deve ser partilhado”, explica à NiT Francisca Gorjão Henriques, presidente da Associação Pão a Pão.
Todas as semanas o menu muda e é sempre atualizado no site do Mão-Cheia. Os cozinheiros e cozinheiras convidados, os responsáveis pelos pratos que são servidos nesse dia, têm sempre mais do que 65 anos. Depois há uma equipa fixa, de mais quatro elementos, que ajuda na preparação e no serviço de mesa.
Tem capacidade para 38 pessoas. Os lugares estão mesmo junto ao balcão, mas também há mesas e cadeiras perto da recepção do Museu. Pouco depois das 12h30, começaram a chegar os primeiros clientes, alguns com mesa marcada.
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27/02/2020 às 12:30